Quem se incomoda exageradamente com alguns tipos de sons pode estar sofrendo com um distúrbio neurológico.
Quem nunca se irritou com alguém ao lado mastigando um chiclete, andando para lá para cá de salto alto, digitando bruscamente no laptop, tossindo sem parar ou até mesmo respirando ofegante?
Barulhinhos assim, que nem são muito altos, mas são repetitivos e chatos, costumam atrapalhar a concentração e tirar muita gente do sério e. E isso não é necessariamente um problema.
Ocorre que, para algumas pessoas, esses ruídos são interpretados pelo cérebro como uma verdadeira sessão de tortura. Nestes casos, a reação involuntária a esses sons é tão rápida, abrupta e exagerada que costuma provocar desde acessos de raiva e atitudes agressivas até o isolamento.
Se você nunca ouviu falar disso é porque a misofonia (essa aversão aos sons, como o próprio nome descreve) está sendo estudada e sua origem e gatilhos ainda são um mistério. Mas, apesar de ainda não ser registrada como doença pelo Código Internacional de Doenças (CID), os especialistas já a reconhecem como um estado patológico que precisa de tratamento e que jamais pode ser confundido com frescura ou mau humor, como costuma ocorrer.
Também chamada de Síndrome da Sensibilidade Seletiva a Sons, o que alguns estudos já indicam é que a misofonia aparece na adolescência, pode ter origem genética (com uma chance de 40% de se manifestar em outro membro da família) e trata-se de uma enfermidade neurológica, uma vez que o sistema nervoso central reage de forma equivocada a certos estímulos sonoros.
Apesar de não ser um problema auditivo, especialistas em audição, como fonoaudiólogos podem ajudar no diagnóstico, por meio de exames de audiometria e de sensibilidade sonora, por exemplo, que descartam a presença de outras disfunções com sintomas semelhantes. É o caso da hiperacusia (uma sensibilidade excessiva ao volume dos sons) ou da fonofobia (o medo de se expor a certos ruídos).
Se você acha que pode estar sofrendo com algum desses distúrbios ou tem mais alguma dúvida, recomendamos que consulte um especialista da audição (otorrinolaringologista ou fonoaudiologista) para seu tratamento.
Fontes: